Premiados Concurso Poesia - QUINTANA, POESIA EM MOVIMENTO - Edição RIO PARDO:
1° lugar: DANÚBIA FERREIRA PEREIRA | O ENIGMA DO SENTIR | Escola Estadual de Ensino Médio Fortaleza.
2° Lugar: ISADORA DA SILVA SIMA | POBRE ALMA POETIZA | Aluna do Colégio Romano Nossa Senhora Auxiliadora.
3° lugar: NICOLLY CRISTINI | MEU "EU TE AMO" | Colégio Romano Nossa Senhora Auxiliadora.
MENÇÕES HONROSAS:
-MARIA CLARA FERREIRA OLIVEIRA | COMO SE FOSSE A PRIMEIRA VEZ.
-DIONATHAN SILVA SANTOS | AMOR PROIBIDO.
-MATHIAS ANDRADE | PEREGRINO ERRANTE.
-GABRIELI RODRIGUES LINHARES| A VOZ DA AGRICULTURA.
-MARIA LAURA PINTO ROSÁRIO | RIO PARDO: ENTRE PEDRA E RIO.
-MURILO SANTOS DE MOURA | SENTIMENTOS.
-EVELLYN VALENTIM FIGUEIREDO | DAQUILO DO QUE VI.
NOTA: As menções honrosas não estão na ordem de votação, mas aleatoriamente, porque serão entregues por ordem alfabética.
PRÊMIOS: Todos premiados receberão certificados e camisetas do projeto QUINTANA - POESIA EM MOVIMENTO.
Os 3 primeiros lugares receberão respectivamente prêmio em dinheiro com valores de 500 reais, 300 reais e 200 reais.
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1° lugar
Nome: DANÚBIA FERREIRA PEREIRA
Escola: Escola Estadual de Ensino Médio Fortaleza.
O Enigma do Sentir
Amo-te como o oceano ama naufrágios,
abraçando destroços que não lhe pertencem.
Carrego em minhas correntes cadáveres de sonhos,
e cada onda que lanço é um luto
que nunca se desfaz.
Te vejo ao longe, distante, inalcançável,
um enigma que escapa ao meu toque, intocável.
Não sei se é fascínio, desejo ou apenas curiosidade,
mas há algo em ti que prende minha vontade.
Teus olhos são estrelas frias,
longínquas, impiedosas,
brilham sem calor,
guiam navios que não sou eu,
e deixam-me cega no breu da tua indiferença.
Teus gestos, tão sutis, me intrigam,
como ecos de um mistério que me instiga.
Tua voz, quando ouvida, ressoa em meu peito,
um som que não compreendo, mas aceito.
Sou mar revolto,
mas em ti não passo de murmúrio.
Minha fúria quebra-se em silêncio,
minha devoção afunda em silêncio,
meu nome dissolve-se no sal
como um segredo que o vento esqueceu.
Não somos próximos, mal sei teu nome,
e ainda assim, há algo que me consome.
Uma fagulha tímida, uma dúvida incerta,
como um caminho que leva a uma porta aberta.
Tu és costa surda,
pedra que não sangra,
cais que nunca abre suas tábuas
para o exílio da minha solidão.
E eu, condenada, beijo teus pés de granito,
sabendo que cada toque me reduz,
sabendo que nunca serei lembrada.
Será que é amor? Será que é ilusão?
Ou apenas um reflexo da minha solidão?
Não sei, mas sigo nesse labirinto confuso,
atraída por ti, sem resposta, sem fuso.
Afogo-me em ti sem nunca mergulhar,
sou peso morto no ventre da maré,
uma âncora quebrada que arrasta consigo
as últimas luzes da esperança.
O amor que te dei é nau perdido,
condenado a vagar em águas negras,
sem mapa, sem nome, sem retorno.
E ainda assim — amo.
Amo-te até que o sal devore minha língua,
até que os peixes destruam meus ossos,
até que o próprio oceano se canse de mim.
E quando eu não existir mais,
quando tudo o que fui se tornar silêncio abissal,
ainda assim, em cada gota que resta,
estará teu nome,
inscrito como maldição eterna.
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2° lugar
Nome: ISADORA DA SILVA SIMA
Escola: Escola Estadual de Ensino Médio Fortaleza.
Pobre alma poetisa
Meu primeiro suspiro veio em pranto…
Quase nasci rimando.
Nem sabia a dor que ardia,
Mas vim a esse mundo,
pra espalhar poesia.
Nasci poeta
de alma exagerada;
Sinto tudo
de maneira imoderada.
Pobre alma poetisa,
Imensidão em mares rasos,
que sempre volta ferida.
Não sabe sentir pouco,
E há quem diga
que poeta é meio louco.
Mas quem acusa não sabe sentir,
vive na sombra, tem medo de ir.
Seu coração partido não é o fim do mundo,
Seu arranhão não vira corte profundo.
Fazer o quê,
se nasci assim?
Será que há loucos
que ardem igual a mim?
Que sofrem desesperadamente,
que mergulham de cabeça
num vazio evidente.
E por fim, tudo vira fantasia:
esse é o dom do sofredor,
transformar sua dor em poesia.
Pobre alma poetisa,
sentir é o seu pecado,
mas jamais esse fardo
ousará me manter calado.
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3° lugar
Nome: NICOLLY CRISTINI
Escola: Colégio Romano Nossa Senhora Auxiliadora.
Meu "eu te amo"
Meu “eu te amo” não é feito de palavras,
nem de frases, nem de qualquer língua conhecida ou inventada. Ele é anterior a tudo isso.
Existe sozinho, completo, e se espalha pelo meu corpo,
pelos meus pensamentos, pelo silêncio que grita dentro de mim.
Não há vocabulário capaz de carregá-lo, não há explicação que consiga contê-lo.
Te amar é descobrir que todas as regras do mundo se dissolvem diante do seu olhar.
Você me hipnotiza sem perceber — todos os dias —
em cada gesto involuntário, em cada riso, em cada silêncio.
Me perco em você, me encontro em você, e ao mesmo tempo me dissolvo.
Te amar não é escolha; te amar é inevitável.
É instinto, é necessidade, é uma força que atravessa meu peito, meus ossos, minhas mãos, minha respiração.
Meu “eu te amo” não precisa ser explicado.
Não há lógica que o segure, não há medida que o contenha.
Ele é fogo e vento, é água que me atravessa e não me deixa ficar parada.
É a música que toca quando fecho os olhos e penso em você,
aquela melodia que só nós dois ouvimos, mesmo que o mundo inteiro esteja em silêncio.
Cada pensamento meu te encontra,
cada instante sem você é um instante incompleto —
uma metade que espera a outra metade.
Sinto você no ar que respiro, no calor que me envolve, no frio que me desperta.
Te amar é sentir que o mundo inteiro está dentro de nós, e ainda assim é só uma pequena parte do que eu sinto.
Quando penso em você, o tempo para.
As cores ficam mais vivas, os sons mais claros, os cheiros mais intensos.
Vejo você em cada detalhe: no brilho da luz, na sombra da árvore,
no vento que passa pelo meu cabelo.
Te amar é reconhecer que cada célula minha se move em direção a você,
cada pensamento se dobra, cada sonho se inclina e me leva até você.
Meu “eu te amo” é você e tudo o que você é:
seu riso, seu silêncio, sua voz, sua ausência e sua presença.
É a certeza e o mistério.
É tudo que se entende e tudo que permanece inexplicável.
É entrega absoluta, sem pedir permissão, sem medida, sem fronteiras.
Te amar é perceber que cada segundo com você é um infinito.
Que cada palavra dita ou não dita é poesia,
cada gesto seu é ciência e magia.
Meu “eu te amo” não é só eu dizendo: é eu sentindo,
é eu existindo para você, é cada batida do meu coração que pulsa com o seu.
Não é algo que se explica, não é algo que se mede.
É uma força que atravessa a razão e dissolve o tempo. É presença e memória ao mesmo tempo,
é luz e sombra, vento e fogo, rio que corre sem fim, mar que invade a margem sem pedir licença.
E mesmo com todo esse infinito dentro de mim, eu ainda digo: eu te amo.
E não é só uma frase, Bernardo. Não são só palavras.
É você sendo o meu mundo e o meu mundo sendo você. É o que me faz inteira e vulnerável,
o que me faz sentir que não há nada fora desse sentimento.
Nada mais importa além de nós dois.
Cada respiração é para você, cada pensamento se curva a você, cada instante se dobra em sua direção.
Meu “eu te amo” é eterno, mesmo que o tempo passe.
É profundo, mesmo que eu não consiga tocar sua profundidade inteira.
É absoluto, mesmo que eu continue descobrindo novos cantos desse amor que não cabe em nada.
É você, sempre você, e ainda assim é maior que nós dois. Por isso digo, Bernardo: te amar não é só dizer —
é existir, é me perder, é me achar, é ser inteira, é ser nada, é ser tudo.
Meu “eu te amo” não precisa de explicação.
Ele não precisa de nada. Ele só é.
E você é.
Sempre você, meu amor.